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Do manual ao CVT, conheça os diferentes tipos de câmbios e suas características

Publicado em 07/06/2019 por Antonio Carlos Teixeira

Se você achava que a relação do Brasil com os câmbios automáticos em carros vem a partir de 1969, com o Ford Galaxie LTD, o primeiro carro fabricado no país com esse sistema (hidramático, como era chamado na época), talvez ainda não conheça a história dos compatriotas Fernando Lehly Lemos e José Braz Araripe. Em 1932, a dupla desenvolveu um projeto de câmbio automático com fluido hidráulico. A patente da tecnologia foi vendida para a Chevrolet/GM por meros 20 mil dólares, que a implantou no modelo Oldsmobile 1940 (Hydra-Matic).

O feito, apesar de ter gerado forte interesse na GM, não foi o pioneiro: anos antes, em 1921, o engenheiro canadense Alfred Horner Munro inventou o que chamou de Automatic Safety Transmission (AST). Enquanto a AST de Horner, com base em um sistema de ar comprimido, não gerava muita potência para o motor e carecia de apelo comercial, a transmissão criada pelos brasileiros era aplicada com fluido hidráulico, a ponto de ter chamado a atenção da montadora americana.

Pode-se dizer que a caixa desenvolvida por Lemos e Araripe é, de certa forma, uma evolução da tecnologia criada por Horner, uma vez que não existia nenhuma outra experiência anterior registrada sobre esse sistema. De certo é que o aprimoramento do conceito de transmissão automática dos brasileiros contribuiu, sobremaneira, para reforçar os primeiros passos de uma tecnologia que, menos de 100 anos depois, tornou-se uma referência no padrão de conforto ao dirigir, e ainda motivou o desenvolvimento de mecanismos semelhantes.

Sendo assim, o Combustível Legal buscou os diferentes tipos de câmbios existentes no mercado, as suas características, prós, contras e, principalmente, como se comportam em relação ao consumo de combustível.

Câmbio manual

Igualmente conhecido como mecânico, é o tipo de câmbio mais popular e utilizado no Brasil, principalmente nos veículos mais antigos e nos modelos de entrada, os chamados 1.0. É acionado por meio do pedal da embreagem, o que necessita maior esforço e atenção do condutor.

Câmbio automático

Denominado de hidramático no passado, o sistema oferece mais conforto para a direção do condutor, pois a troca de marcha é feita pela transmissão do carro, correlacionando, automaticamente, velocidade e resposta do motor. A transmissão se utiliza de engrenagens diferenciadas (denominadas planetárias) e um conversor de torque, que tem a missão de substituir o sistema de embreagem.

Câmbio automatizado

É conhecido, também, como câmbio robotizado e proporciona mais conforto na direção: as marchas são acionadas por uma peça, chamada atuador hidráulico, que pressiona a embreagem, sem a necessidade do uso das pernas. O conjunto é controlado por uma central eletrônica, que faz o trabalho de engatar as engrenagens do sistema.

Uma variação desse câmbio, com dupla embreagem, permite trocas de marchas em velocidades mais altas, tanto em relação à versão automatizada simples quanto às caixas automática e CVT. Essa versão faz com que as marchas sequenciais fiquem engatadas previamente, permitindo trocas mais ágeis. Tal caraterística de maior rapidez faz este tipo de câmbio robotizado ser mais utilizado em veículos que oferecem performances esportivas mais altas.

Câmbio CVT

Sigla em inglês para Continuously Variable Transmission, ou Transmissão Continuamente Variável. O sistema não possui marchas pré-definidas, mas sim polias que executam uma variação de relações de transmissão ideais para cada momento da direção, de acordo com a rotação do motor, a partir da pressão realizada no acelerador.

Qual é o melhor tipo de câmbio?

Depende. Algumas variáveis são importantes para responder à pergunta. Mas a principal delas é a necessidade e gosto do condutor. Mais conforto na direção? Automático e CVT. Maior economia de combustível? CVT. Custo-benefício? Manual e automatizado. Maior sensação de prazer ao dirigir e interação com o veículo? Manual. Menor gasto com manutenção? Manual e automatizado. Melhor resposta do motor? CVT e automático. Tecnologia contemporânea para reduzir emissão de poluentes? CVT.

Para o Responsável por Inovação de Powertrain do Groupe PSA, Franck Turkovics, “a tecnologia de câmbios automáticos vem apresentando bons resultados em relação a consumo e economia de combustível”. Segundo ele, os modelos automáticos mais recentes, com seis e oito marchas, são exemplos de como a tecnologia para esses segmentos tem colaborado para ampliar desempenho e economia de combustível. Já os CVTs, na opinião de Turkovics, são os câmbios que melhor traduzem a variável economia de combustível atualmente.

E qual é a melhor maneira de usar esses tipos de câmbios em relação ao ganho para economizar ainda mais combustível? Segundo Turkovics, o diferencial será sempre a maneira como o proprietário conduz o veículo. “Se dirigir com calma, na velocidade adequada, e em sintonia com o desempenho do motor e o tempo da transmissão, a tendência é favorecer o consumo equilibrado de combustível em relação à tecnologia embarcada. Ao contrário, uma direção afobada e nervosa, em alta velocidade, tende a causar um desequilíbrio no potencial de desempenho do carro, o que pode levar a um gasto maior de combustível”, analisa.

O ideal é você se sentir bem durante o ato da direção e seguir todas as orientações constantes no manual do proprietário para que o seu veículo tenha capacidade de responder da melhor maneira possível às tecnologias embarcadas pelo fabricante.

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